segunda-feira, 3 de agosto de 2009




O tecnoescocês

Em todo lugar tem um desses - fila de banco, metrô, ônibus lotado, ônibus vazio, cinema, bar, teatro, restaurante. Sempre tem algum bosta com algum aparelho que produz som. Antes, era só um ou outro toque irritante de celular na hora errada e todo mundo olhava feio. Hoje não. Não contentes em oferecer inúmeras possibilidades de toques idiotas, os ditos aparelhos, nas mãos dos tecnopaspalhos, viraram uma lata de lixo ambulante.
Para piorar, algum gênio achou que seria divertido colocar um auto falante, o que me dá a certeza da existência do inferno, porque esse cara precisa ir para algum lugar quando morrer. "Mas tem fone", alguém pode dizer, só que um verdadeiro tecnoescocês não usa a bosta do fone. Ele vai andar por aí com o celular ou mp3 (4, 5...) distribuindo calipso e outras bostas (bosta, sim, foda-se!) para todo mundo.
E, entre uma música e outra - ou até durante - ele vai "tirar foto" com a porcaria. Já vi um sujeito fazer uma dúzia de fotos seguidas. Dele, mesmo. Não me espantaria encontrar no computador de uma criatura dessa pastas como "minha obturação", "niver na minha unha encravada", "meu cu ao acordar".
Lembrei de uma tirinha do Allan Sieber mais ou menos assim: o sujeito mostrando um aparelho para mulher "...tem bluetooth, mp3, internet, tv, gps, blablabla" e ela "puxa, imagina tudo isso enfiado no seu cu!"

A propósito, a foto acima foi feita num momento de paz (ufa!).