Não me incomodo com o que (ou mesmo quem) eu simplesmente “não gosto”. Não me incomoda a pizza de frango com catupiri ou o jiló na mesa ao lado. Claro que me incomodaria se jogassem uma fatia no meu prato e me obrigassem a comer, que é o que gente estúpida faz quando ouve música sem fone ou no último volume. Aí, claro, me incomoda. Aí, é diferente.
Acho engraçado quem se incomoda com o que não está incomodando diretamente – com o casal gay dando uns amassos no bar, com a roupa que outro está usando, com a comida que está comendo. Mais engraçado ainda é quando essas pessoas saem por aí xingando, esbravejando e formando grupos para se sentirem incomodados em conjunto, como se a presença da multidão de outros incomodados (e desocupados) justificasse sua raivinha, como se “senso comum” fosse sinônimo de “certo” ou “inteligente”.
Certas coisas me incomodam, sim. Violência e injustiça, por exemplo, mesmo porque, até quando não é diretamente com a gente, ainda é. Mas esse tipo de coisa não é algo que causa um simples “incômodo”, ou uma divergência de opinião fútil, mas sim, repúdio. Repulsa e indignação estão em outra esfera.
Curiosamente, o que mais se vê é gente se juntando em torno do “ódio” ao jiló – não sei se por falta do que fazer, moda ou simplesmente pouca noção de perspectiva.
E não, essas pessoas não me incomodam. Acho todas muito engraçadas.
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