quinta-feira, 18 de junho de 2009

A room with a view





"...À medida que fui envelhecendo e acumulando recordações, passei a me sensibilizar mais e mais com o desaparecimento de pessoas e referências urbanas. Para mim, eram especialmente perturbadoras as inexplicáveis demolições de prédios. Eu sentia como se, de alguma forma, eles tivessem alma...
...E eu me pergunto sobre o que resta depois que um prédio é demolido."

Will Eisner

Tenho essa fascinação mórbida por ruínas e prédios antigos. Uma pessoa atenta consegue contar alguma coisa da história deles só de olhar - o que não é meu caso. Mas eu sei uma pequeníssima parte da história por trás de uma das fachadas. Foi lá que toquei em público pela primeira vez (teve uma outra num boteco de beira de estrada, mas essa não conta) com uma banda que montei quando era adolescente. A gente não tinha nem baixista fixo, um amigo nosso, que era um excelente músico, apareceu de última hora para nos socorrer. O público era só um punhado de amigos e a banda que ia entrar depois, algum imbecil desligou o retorno da bateria, mas tocamos mesmo assim. Ficamos putos, bebemos, rimos e estava tudo certo. Triste foi ter que voltar na segunda para levar parte da bateria (incluindo o bumbo), no final da tarde, num ônibus.
Participei de mais algumas festas no casarão e é possível que o grafite que eu fiz no térreo numa daquelas noites ainda esteja lá (na hora que fiz a foto, não lembrei dele e não tentei entrar para ver).
Acho curioso terem deixado as fachadas.

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