A mim, pareceu uma espécie de desrespeito. Algo bem pior do que o texto que escrevi há muito tempo - não lembro porque - e colo abaixo.
Caro bispo, ou obreiro ou sei lá o que. Admito que estou no mau caminho, um caminho cheio de rock n´ roll, blues, bebida e rebeldia. Ando por ele cercado de fanfarrões, guitarristas vagabundos, pretensos escritores, anarcopunks de meia idade e mulheres de vida fácil que recitam Augusto dos Anjos enquanto bebem conhaque de segunda. Pior que isso, ainda arrasto outras pessoas comigo, futuros yupies que, como eu, se estragaram ouvindo rock e lendo os escritores errados. Jovens que poderiam ser funcionários públicos ou aspirantes a executivos, mas que preferem perder seu tempo com a escória da cidade, bebendo cachaça e dando risada - coisa que, além de feia, está meio fora de moda.
Além disso, insisto que é melhor ouvir mais uma piada velha do que ficar pensando em como puxar um tapete, ou que não faz bem deixar os amigos na mão. Também não contribuí com dinheiro, achando mais legal gastá-lo com comida para gatos que com comida para parasitas religiosos. Escapou! Viu como não consigo controlar meus impulsos sórdidos? Ainda por cima, devo revelar que admiro santos pagãos, como S. John Bonham e S. Hendrix, e que, freqüentemente, escuto suas mensagens enquanto bebo com outros maus elementos. Aliás, sempre que posso, ajudo os camaradas a beber quando estão muito sóbrios, a levantar, se estão muito bêbados e, se não consigo levantá-los, pelo menos sento na sarjeta com eles para fazer companhia. Insisto em acreditar no aurélio, que me diz que o feminino de bispo não é bispa, e sempre me pergunto o que raios um candelabro faz numa igreja pentecostal.
Ah, lembrei. Acho que parte do motivo do texto foi minha ignorância em relação ao candelabro e a ignorância de algumas seitas em relação ao português.
